terça-feira, 19 de junho de 2012

Poema da insônia


Cheiro uma madrugada fria, silenciosa e não menos que uma mulher,
e como só elas sabem, assim tão misteriosa. 
É a madrugada que serve em bandeja, não o que é de desejo, mas o que é de surpresa. E de fome, do alimento me basta o cheiro;
do tempero; da pitada que aperfeiçoa.
A madrugada da noite caçoa.
A noite? Se deita, se encobre, nada declara.
A madrugada é quando a noite se cala.


Aldemir Júnior

Nenhum comentário: