Cheiro uma madrugada fria,
silenciosa e não menos que uma mulher,
e como só elas sabem, assim tão
misteriosa.
É a madrugada que serve em bandeja, não o que é de desejo, mas o que
é de surpresa. E de fome, do alimento me basta o cheiro;
do tempero; da pitada
que aperfeiçoa.
A madrugada da noite caçoa.
A noite? Se deita, se encobre, nada
declara.
A madrugada é quando a noite se cala.
Aldemir Júnior
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