quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Algo que escrevi numa noite.....

De tanto querer ocultar meus sentimentos,
terminei por demonstrar o que estava sentindo;
De tanto dizer a verdade e jurar minha sinceridade,
descobri que estava mentindo;

Mentindo pra quem?
Mentir pra si próprio é o ápice da burrice!

De tanto classificar sua presença como indiferente,
acabei por sentir sua falta;
De tanto lembrar dela quando estava ausente,
vi que a saudade mata;
De tanto enxergar defeitos em suas atitudes,
me convenci que amar é uma virtude;
De tanto realizar cálculos mentais
para auferir a probabilidade de ser feliz,
enxergo a minha idiotice de querer dar lógica ao amor.
Me arrependo de tudo que fiz.
Mas agora tudo passou.
O tudo se fez nada, perdeu-se no vazio
Agora é solidão, dor, amargura, calafrio,
Quero a cura de um novo amor,
Quero um coração sadio.

Aldemir Júnior

Cartola, o poeta do morro


ACONTECE

Esquece o nosso amor, vê se esquece.
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar.
Vai chorar, vai sofrer, e você não merece,
Mas isso acontece.
Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece.

A busca

Realmente não me conheço,
mas à parte; a parte que me conheço
sei que devo conhecer a arte,
pois ela é a única parte em mim que nunca parte.
Não conheço a arte, mas sei que ela está em mim.
Ainda hei de exteriorizá-la!

Aldemir Júnior