segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Entrega rápida

Aí, uma vez só eu fui.
E lá, por tá só,
vi só a mim.
Sem sol,
nem luz,
eu vim.
É só.
Sem "mas".
Vê só:

É O FIM!

Aldemir Júnior

quarta-feira, 28 de abril de 2010

À ela!

Há amores que nos aprisionam. E arbitrariamente nos arrancam o livre arbítrio de substituí-lo.

Consequentemente nos impõe, sem direito a contraditório, uma pena privativa de felicidade. (Detalhe: de caráter perpétuo), pondo no cárcere da solidão aquilo nos mantia vivos: a esperança.

Impossível é a fuga!

Não tente pular o muro ou subornar o guarda. Você é o muro, você é quem o guarda.

E assim, recluso no regime fechado do seu eu, você segue sua vida, agora medíocre, vitimado de uma mulher coquete.

Por fim, incrédulo de tal realidade, fatigado de ser réu, arrependido diz pra si:

- Valia a pena ser revel!



Aldemir Júnior

terça-feira, 20 de abril de 2010

Da crueldade do tempo

ô bicho cruel é o tempo.
Intransigente, guarda pra si próprio todos os momentos.
Indiferente, não aceita visitas.

Na memória, as ilusões dos momentos de outrora.
Vagas, vãs, immperfeitas.
Sentimentais, poéticas.

Vai, Einstein! Pede ao tempo mais tempo para construires a máquina.


Da minha escrita

Minha escrita é a lápis.
Não tem forma, não tem cor.

Não tem

grade.

Minha escrita é livre.
livre.
libre.
libro.




Yuri César Serapião

domingo, 31 de janeiro de 2010

Introspectiva

Todos os dias eu mudo;
todos os dias eu sou o mesmo;
todos os dias eu levo algo de alguém;
que fico comigo em segredo.

Todos os dias eu mudo;
e percebo diante do espelho;
que além de levar algo de alguém;
também deixo algo de mim mesmo.

Todos os dias eu mudo;
já é tanto que nem sei quem sou,
e está me deixando tão confuso
eu me olhando em cima do muro.

Que vida chata de espectador!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Atrás de mim

Ser poeta é estar em sintonia com seu arredor;
é ser sentimental com Maria que agora é viúva;
é estar preocupado com um país melhor;
é aconselhar João a ir à luta.

Mas o poeta é acima de tudo um explêndido observador.
É aquele que percebe quem passou pela igreja da Baixa Verde e fez o sinal da cruz;
conta quantas feinhas e quantas lindinhas atraíram o olhar do vendedor de coco, que já nem sabe o significado de alvará da Prefeitura, e com essa benéfica ignorância é o terceiro filho que sustenta.

Eu, inexperiente na vida, piloto meus pensamentos vagando na ilusão de um dia me tornar um.
Ah! viver como um já requer coragem.

Sou solitário!
Ponto final


Aldemir Júnior