quarta-feira, 28 de abril de 2010

À ela!

Há amores que nos aprisionam. E arbitrariamente nos arrancam o livre arbítrio de substituí-lo.

Consequentemente nos impõe, sem direito a contraditório, uma pena privativa de felicidade. (Detalhe: de caráter perpétuo), pondo no cárcere da solidão aquilo nos mantia vivos: a esperança.

Impossível é a fuga!

Não tente pular o muro ou subornar o guarda. Você é o muro, você é quem o guarda.

E assim, recluso no regime fechado do seu eu, você segue sua vida, agora medíocre, vitimado de uma mulher coquete.

Por fim, incrédulo de tal realidade, fatigado de ser réu, arrependido diz pra si:

- Valia a pena ser revel!



Aldemir Júnior

terça-feira, 20 de abril de 2010

Da crueldade do tempo

ô bicho cruel é o tempo.
Intransigente, guarda pra si próprio todos os momentos.
Indiferente, não aceita visitas.

Na memória, as ilusões dos momentos de outrora.
Vagas, vãs, immperfeitas.
Sentimentais, poéticas.

Vai, Einstein! Pede ao tempo mais tempo para construires a máquina.


Da minha escrita

Minha escrita é a lápis.
Não tem forma, não tem cor.

Não tem

grade.

Minha escrita é livre.
livre.
libre.
libro.




Yuri César Serapião