Eu
vejo tantos que amam tantas, e tantas que amam outros tantos.
E
também vejo uns tantos que amam tanto alguns poucos, e verdadeiramente amam,
E
uns poucos que realmente amam quase todos.
Mas
há tantos, tantos, tantos que amam tão pouco quem mereciam ser tanto amados,
que esse tanto é Todos!
Que
debochem ou se indignem os que são desonestos consigo mesmos.
Amar
e não amar é inerente a mim.
E não, não desconheço minhas capacidades, mas também não ignoro que não sou homogêneo,
puro, e não construo arranha-céus apenas apontando para o céu.
Apenas
Deus apenas ama!
E
eu não sou Deus, nem há em mim pretensão de sê-lo.
Sou
criatura criada. Que preciso fazer e refazer para fazer perfeito, e não faço.
E também não faço porque me recuso a ousar no inatingível, contar o infinito, abraçar a brisa, mensurar a dor da perda...
Se
eu puser uma adaga em meu pescoço, e me forçar a gritar que eu só amei e nunca
deixei de amar, certamente morrerei mudo.
E
se em pensamento eu me condenar por isto,
Morrerei
mudo e contradito.
E
chegarei ao inferno e não falarei com ninguém.
Aldemir Alves
Nenhum comentário:
Postar um comentário